como sempre, é curioso olhar pra trás e ver quanta coisa aconteceu. o tempo funciona de forma engraçada: parece que fui no parque de diversões há meses atrás (foi esse mês), e ao mesmo tempo, parece que foi ontem que fiz um pão com a silvia (foi mês passado).
eu comecei fevereiro com uma rotina bem-estabelecida: trabalhar na tese, fazer pilates, e assistir dorama diariamente com a minha mãe (dentre outras coisas óbvias, como almoçar e tomar banho). por um lado, essa rotina garantiu que coisas importantes não fossem negligenciadas (minha saúde, meu trabalho, minha mãe), o que é muito bom!! mas por outro lado, a rotina consumiu praticamente todo o meu tempo acordado, e às vezes me senti quase que sufocado por ela - eu tinha diversos planos pra projetos criativos e esse mês não consegui fazer muita coisa, só o post de imitation learning e a ferramenta pra visualização de árvores de decisão, que não demoraram muito tempo. tem coisas que eu queria muito fazer e já tinha começado, como por exemplo ler o livro de Fluent Python, que eu praticamente nem toquei em fevereiro; o canal de CD-ROMs é outro exemplo.
esse mês eu também saí de casa por lazer em todos os fins de semana, o que é bastante incomum pra mim especialmente durante a pandemia - acho que acabei fazendo isso (sub)conscientemente em reação a esse sentimento de sufocamento da rotina, como se meu corpo e mente queriam urgentemente fazer coisas diferentes (o fato de eu ter tomado a 3ª dose no fim de janeiro também contribuiu pra isso). destaco como highlights não só a visita impulsiva ao Tivoli Park, como também o Carnaval dos Games em que eu e silvia jogamos 29h de Elden Ring em 3 dias.
uma outra coisa que ocupou minha mente em janeiro/fevereiro foi a natureza dos meus projetos criativos... por diversas razões, eu acabei decidindo que iria guinar o meu output criativo numa direção mais “técnica”, ou seja, que eu ia começar a escrever mais “posts sobre imitation learning em aprendizado por reforço” e menos “mapeamento de todas as referências em Epic Rap Battles of History” (apesar desse último ser tão mais divertido pra mim). a principal razão por trás disso é que estou tentando me apaixonar mais pela minha área de pesquisa - eu gosto de inteligência artificial, mas certamente não sou “antenado” nela (como por exemplo fui em jogos durante a minha graduação) e acabo me sentindo um profissional menos confiante. eu não estou dizendo que quero acompanhar notícias e saber de todas as fronteiras diferentes que estão sendo investigadas, mas acho que gostaria de ser menos pior nisso, pelo menos.
por isso, tenho tentado trocar a minha dieta informacional nesse sentido, substituindo “video essays sobre Caramelldansen” por “Podcasts de Machine Learning”. os resultados têm sido mistos - às vezes eu encontro algo muito legal (como por exemplo alguns vídeos do Yannic Kilcher ou episódios de ML Street Talk), mas na maior parte do tempo o conteúdo técnico é só muito chato. os livros que li foram bem melhores (eu gostei de Fluent Python, apesar de ainda não ter terminado por falta de tempo, e também gostei do “Artificial Intelligence: A Guide for Thinking Humans”), mas sei lá, ainda estou tentando me encontrar nesse mundo. não sei exatamente que tipo de projeto criativo eu gostaria de fazer nesse sentido (posts técnicos bastam? ferramentas de visualização? ou quero fazer algo mais doido tipo aiweirdness?), e não sei também se eu deveria estar me focando em estudar ao invés de produzir. é todo um processo! (não ajuda que eu comecei a ler Wonderbook do Jeff VanderMeer, um livro sobre escrita criativa que me dá uma nova ideia de projeto criativo a cada 5 páginas...)
e março? março vai ser maluco. mês que vem devo pisar na universidade pela primeira vez em 2 anos, e não tenho ideia em como isso vai impactar minha vida (espero que positivamente). minha rotina sobreviverá a esse encontro? farei mais projetos técnicos? jogarei mais Elden Ring? ninguém sabe! mas quem viver, verá.